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Tive essa impressão hoje de manhã sentada à mesa do café.

A impressão de que tudo me falta.

Não os amigos, deles já tive a certeza.

Mas de mim.

Eu nem sei quem sou!

Só sei do que não gosto e quem amo.

Mas e eu? E quanto a mim?

Que vou fazer sem o dilúvio diário de devaneios que me vem quase sempre de forma espontânea?

É, porque eu me resumo nisto.

Nesta ideia ilusória de que serei uma grande mulher.

Mas que grandiosidade é essa?

Quem me tem, por favor, me diga!

Você certamente sabe mais sobre mim do que a própria!

E se alguém depois sorrir em paz só de encontrar, mande-me um breve manifesto sobre o aviso.

Ou até um sinal de fumaça, que seja!

Eu vou estar aqui.

Ainda depois do entardecer.

Tentando me encontrar.

[P.S.: Pensamentos extraídos depois de ouvir copiosamente O Vento - Los Hermanos e O Teatro Dos Vampiros - Legião Urbana.]